Todos
nós estamos sabendo, que o Governo está para enviar um projeto de emenda
constitucional, para alterar as faixas etárias referentes à aposentadoria. O
argumento é que o INSS está com um déficit alto e ao passar do tempo não
conseguirá efetuar o pagamento dos aposentados. Isso porque a população do país
está envelhecendo, e as pessoas estão vivendo mais. A expectativa de vida da
população aumentou para 75 anos em média, e a tendência é que ultrapasse os 80
anos facilmente.
Não
menos importante é a crise no mercado de trabalho, o desemprego cresce em
virtude de políticas errôneas que foram adotadas. Obviamente o Governo tem sua
parcela de culpa, mas os empresários que fazem com que nossa economia funcione,
também precisam assumir sua parcela nessa situação e não apenas esperar ações
do governo para aquecer a economia. Reclamar não está surtindo mais efeito.
Sabemos
também, que quanto mais desemprego existe menos o Governo arrecada impostos,
pois desempregados não consomem e nem contribuem com a Previdência. Logo, esse
ciclo acaba por se tornar continuo e sem uma expectativa de melhora.
Alterar
as condições para que as pessoas possam se aposentar nesse momento, é no mínimo
uma incoerência muito grande, visto que as dificuldades de recolocação no
mercado de trabalho são maiores do que antes.
Alterar
as exigências para aposentadoria dos trabalhadores atualmente, sem criar um
incentivo para que as empresas voltem a contratar profissionais desempregados,
e remunerarem dignamente estes profissionais é algo que se deva olhar com mais
critério, pois algumas estão aproveitando esse momento de grande oferta de mão
de obra no mercado, para substituírem profissionais de salários altos por outros
que estão se sujeitando a salários menores, e até diminuírem os salários médios
ofertados.
Porque
digo isso?
Como
se não bastasse à crise econômica instalada no país, hoje em dia encontra-se
grande dificuldade em nova recolocação no mercado de trabalho, principalmente
para profissionais que perderam seus postos de trabalho e estão na faixa etária
acima de 40 anos. Estão cada vez mais exigindo altas qualificações e oferecendo
remunerações menores.
Porque
isso acontece?
Não
sei. Talvez exista uma discriminação velada
por parte das empresas, o RH destas e até mesmo por parte das Consultorias de RH
que prestam serviços para essas empresas.
Não
é difícil hoje no mercado encontramos diversos profissionais disponíveis nessa
faixa etária. Alguns não tiveram a oportunidade de concluir seu curso superior
ou seu curso de Inglês devido ao trabalho intenso, horários incompatíveis,
falta de recursos e até por opção. Um know-how vasto abandonado no mercado que
poderia ser aproveitado por pequenas e médias empresas. Profissionais que com
sua vasta experiência de trabalho e conhecimentos que foram adquiridos durante
o exercício de suas funções, a chamada “Prática”, mesmo sem uma formação
acadêmica que é exigida hoje. São profissionais que deveriam ser aproveitados
para treinar e orientar jovens profissionais no desempenho de suas atividades e
que apenas conhecem às teorias transmitidas nos bancos das universidades.
Quem vai transmitir todo esse conhecimento pratico
e experiência para esses jovens ajudando-os a amadurecer profissionalmente? Exemplos de profissionais que
fundaram grandes empresas e obtiveram sucesso em suas careiras após os 50 anos
não faltam, basta buscar pesquisar.
Talvez
essa seja uma solução que muitas empresas procuram para melhorar seu desempenho
e seu faturamento, com carisma e muito talento, que talvez não se encontre nessa
geração denominada de "geração
Y". Uma geração que prioriza mais a sua carreira e qualidade de vida
do que a remuneração, de acordo com alguns consultores. (Definição Geração Y - São jovens, espertos
e ousados. Usam chinelo no escritório ou ouvem musicas através dos celulares,
conectados a grupos de mensagens e utilizam-se da internet o dia inteiro. Eles
querem trabalhar, mas não querem e nem admitem, com raras exceções, que o
trabalho se torne sua vida. Esta é a geração Y. Uma força de milhões de pessoas
que pela primeira vez estão entrando em suas profissões e tomando seu lugar no
mercado de trabalho incrivelmente multigeracional, cujos membros ainda não
atingiram os 30 anos).
Nós
estamos vivendo a era do conhecimento e da informação e é isso que está levando
várias empresas a superarem as suas concorrentes.
Havia
em tramitação no Senado dois projetos de lei para facilitar a contratação de
pessoas acima dos 40 anos de idade. Introduzido pelo senador Jefferson Peres
(PDT-AM), o PLS 103/99, falecido em
23/05/2008; estabelecia incentivo fiscal as empresas nas quais
empregados com idade superior a 40 anos fossem 30% de seu efetivo.
Em
contrapartida as empresas poderiam deduzir do Imposto de Renda até 25% do
montante de salários e respectivos encargos sociais pagos a seus empregados. "O objetivo é minimizar, nunca
resolver, um problema grave do mercado de trabalho no Brasil. Pessoas com mais
de 40 anos dificilmente conseguem encontrar emprego com carteira assinada.
Muitas são barradas nas triagens feitas pelas empresas para recrutar
empregados", afirmava o senador à época.
Ao
justificar sua proposta, Jefferson Peres observava que "nos próximos 30 anos continuaria o alargamento da pirâmide etária
no meio e no topo, o que faria com que o problema da marginalização dos “idosos”
adquirisse contornos dramáticos se medidas não fossem tomadas para estimular as
empresas a mudar a política de pessoal".
As
cotas sejam elas raciais, para deficientes, mulheres ou de faixa etária são
sempre combustível das grandes polêmicas e dúvidas no mercado de trabalho, mas
será que trabalhando não fica mais fácil para esse profissional quarentão
melhorar a sua capacitação, se atualizar e continuar ativo no mercado,
contribuir com a previdência e continuar consumindo auxiliando dessa forma a
roda da economia girar?
E
após a morte do Senador Jefferson Peres? Quem deu ou dará continuidade a esses
projetos e sua ideia de melhora no mercado de trabalho?
Leia
o texto abaixo e tire suas conclusões. (Fonte: Uol/Jornal A Tarde).
"Até logo, meu filho! Papai
traz um doce quando chegar do trabalho.”
Little
Boy ouvia isso todo dia à tarde quando o pai saia para trabalhar; sabia que
nunca ia conseguir esperar acordado pelo doce, mas que iria encontrá-lo em cima
da sua cama ao acordar pela manhã. Para Little Boy, seu pai era grande, não
somente no tamanho, mas em todas as suas coisas, suas roupas, o poder do seu
olhar e sua voz. Seu pai era um rei um herói, até quando parava no posto e
pedia para o frentista olhar o nível da água do carro. Little Boy queria ser
assim quando crescesse, não tinha como dar errado, seria bem sucedido como seu
pai. Esse garoto foi estudando, cresceu e se formou, é bem sucedido, mas não
como o seu pai.
O
pai de Little Boy hoje, mora de aluguel com mais três filhos, está desempregado
e mal consegue pagar as contas. O que aconteceu? Como explicar? Talvez o menino
tivesse se enganado em sua visão, talvez o pai nunca tivesse sido um homem de
negócios de sucesso como pensara.
Há
30 anos para ser um homem de negócios bastavam ter talento, audácia,
inteligência e conseguir uma oportunidade, essas eram muitas, não importava
muito a sua formação, as empresas estavam dispostas a apostar em você, a te
capacitar. As empresas naquele tempo precisavam das pessoas. O pai de Little
Boy se estabeleceu assim naquele mercado e como tinha talento tinha futuro. Só
que esse futuro chegou cheio de restrições, cheio de dificuldades, na economia
do país, na educação, acabaram as oportunidades e agora você mesmo é quem tem
que fazer a sua oportunidade.
Ser
talentoso não é mais vantagem competitiva: "E MBA, você tem?",
"Morou fora do país?", "Fala quantas línguas além do inglês,
é claro?". - Com essas perguntas os profissionais de recursos humanos
reduzem ao pó alguns candidatos. - "Tem quantos anos?” - Desculpe, essa
vaga é para Trainees. Muitos
entrevistadores e recrutadores ainda acreditam que quando se ultrapassa a faixa
etária dos 40 anos, estes profissionais tornam-se desatualizados, velhos, desmotivados,
isso é um grave engano.
São
mais de mil portas fechadas para cada frestinha em que centenas de candidatos
tentam passar de uma vez. O pai de Little Boy está fora da mesma forma que
diversos profissionais que ultrapassaram essa faixa etária.
E
mais: "Será que você um dia não
estará do outro lado da mesa?”.
PENSEM NISSO!
Artigo escrito e publicado em 2008, atualizado em 2016.
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