quarta-feira, 28 de setembro de 2016

EMPREGO APÓS OS 40 ANOS. DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL.

Todos nós estamos sabendo, que o Governo está para enviar um projeto de emenda constitucional, para alterar as faixas etárias referentes à aposentadoria. O argumento é que o INSS está com um déficit alto e ao passar do tempo não conseguirá efetuar o pagamento dos aposentados. Isso porque a população do país está envelhecendo, e as pessoas estão vivendo mais. A expectativa de vida da população aumentou para 75 anos em média, e a tendência é que ultrapasse os 80 anos facilmente.

Não menos importante é a crise no mercado de trabalho, o desemprego cresce em virtude de políticas errôneas que foram adotadas. Obviamente o Governo tem sua parcela de culpa, mas os empresários que fazem com que nossa economia funcione, também precisam assumir sua parcela nessa situação e não apenas esperar ações do governo para aquecer a economia. Reclamar não está surtindo mais efeito.

Sabemos também, que quanto mais desemprego existe menos o Governo arrecada impostos, pois desempregados não consomem e nem contribuem com a Previdência. Logo, esse ciclo acaba por se tornar continuo e sem uma expectativa de melhora.

Alterar as condições para que as pessoas possam se aposentar nesse momento, é no mínimo uma incoerência muito grande, visto que as dificuldades de recolocação no mercado de trabalho são maiores do que antes.

Alterar as exigências para aposentadoria dos trabalhadores atualmente, sem criar um incentivo para que as empresas voltem a contratar profissionais desempregados, e remunerarem dignamente estes profissionais é algo que se deva olhar com mais critério, pois algumas estão aproveitando esse momento de grande oferta de mão de obra no mercado, para substituírem profissionais de salários altos por outros que estão se sujeitando a salários menores, e até diminuírem os salários médios ofertados.

Porque digo isso?

Como se não bastasse à crise econômica instalada no país, hoje em dia encontra-se grande dificuldade em nova recolocação no mercado de trabalho, principalmente para profissionais que perderam seus postos de trabalho e estão na faixa etária acima de 40 anos. Estão cada vez mais exigindo altas qualificações e oferecendo remunerações menores.

Porque isso acontece?

Não sei. Talvez exista uma discriminação velada por parte das empresas, o RH destas e até mesmo por parte das Consultorias de RH que prestam serviços para essas empresas.

Não é difícil hoje no mercado encontramos diversos profissionais disponíveis nessa faixa etária. Alguns não tiveram a oportunidade de concluir seu curso superior ou seu curso de Inglês devido ao trabalho intenso, horários incompatíveis, falta de recursos e até por opção. Um know-how vasto abandonado no mercado que poderia ser aproveitado por pequenas e médias empresas. Profissionais que com sua vasta experiência de trabalho e conhecimentos que foram adquiridos durante o exercício de suas funções, a chamada “Prática”, mesmo sem uma formação acadêmica que é exigida hoje. São profissionais que deveriam ser aproveitados para treinar e orientar jovens profissionais no desempenho de suas atividades e que apenas conhecem às teorias transmitidas nos bancos das universidades.

Quem vai transmitir todo esse conhecimento pratico e experiência para esses jovens ajudando-os a amadurecer profissionalmente? Exemplos de profissionais que fundaram grandes empresas e obtiveram sucesso em suas careiras após os 50 anos não faltam, basta buscar pesquisar.

Talvez essa seja uma solução que muitas empresas procuram para melhorar seu desempenho e seu faturamento, com carisma e muito talento, que talvez não se encontre nessa geração denominada de "geração Y". Uma geração que prioriza mais a sua carreira e qualidade de vida do que a remuneração, de acordo com alguns consultores. (Definição Geração Y - São jovens, espertos e ousados. Usam chinelo no escritório ou ouvem musicas através dos celulares, conectados a grupos de mensagens e utilizam-se da internet o dia inteiro. Eles querem trabalhar, mas não querem e nem admitem, com raras exceções, que o trabalho se torne sua vida. Esta é a geração Y. Uma força de milhões de pessoas que pela primeira vez estão entrando em suas profissões e tomando seu lugar no mercado de trabalho incrivelmente multigeracional, cujos membros ainda não atingiram os 30 anos).

Nós estamos vivendo a era do conhecimento e da informação e é isso que está levando várias empresas a superarem as suas concorrentes.

Havia em tramitação no Senado dois projetos de lei para facilitar a contratação de pessoas acima dos 40 anos de idade. Introduzido pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM), o PLS 103/99, falecido em 23/05/2008; estabelecia incentivo fiscal as empresas nas quais empregados com idade superior a 40 anos fossem 30% de seu efetivo.

Em contrapartida as empresas poderiam deduzir do Imposto de Renda até 25% do montante de salários e respectivos encargos sociais pagos a seus empregados. "O objetivo é minimizar, nunca resolver, um problema grave do mercado de trabalho no Brasil. Pessoas com mais de 40 anos dificilmente conseguem encontrar emprego com carteira assinada. Muitas são barradas nas triagens feitas pelas empresas para recrutar empregados", afirmava o senador à época.

Ao justificar sua proposta, Jefferson Peres observava que "nos próximos 30 anos continuaria o alargamento da pirâmide etária no meio e no topo, o que faria com que o problema da marginalização dos “idosos” adquirisse contornos dramáticos se medidas não fossem tomadas para estimular as empresas a mudar a política de pessoal".

As cotas sejam elas raciais, para deficientes, mulheres ou de faixa etária são sempre combustível das grandes polêmicas e dúvidas no mercado de trabalho, mas será que trabalhando não fica mais fácil para esse profissional quarentão melhorar a sua capacitação, se atualizar e continuar ativo no mercado, contribuir com a previdência e continuar consumindo auxiliando dessa forma a roda da economia girar?

E após a morte do Senador Jefferson Peres? Quem deu ou dará continuidade a esses projetos e sua ideia de melhora no mercado de trabalho?

Leia o texto abaixo e tire suas conclusões. (Fonte: Uol/Jornal A Tarde).

 "Até logo, meu filho! Papai traz um doce quando chegar do trabalho.”

Little Boy ouvia isso todo dia à tarde quando o pai saia para trabalhar; sabia que nunca ia conseguir esperar acordado pelo doce, mas que iria encontrá-lo em cima da sua cama ao acordar pela manhã. Para Little Boy, seu pai era grande, não somente no tamanho, mas em todas as suas coisas, suas roupas, o poder do seu olhar e sua voz. Seu pai era um rei um herói, até quando parava no posto e pedia para o frentista olhar o nível da água do carro. Little Boy queria ser assim quando crescesse, não tinha como dar errado, seria bem sucedido como seu pai. Esse garoto foi estudando, cresceu e se formou, é bem sucedido, mas não como o seu pai.

O pai de Little Boy hoje, mora de aluguel com mais três filhos, está desempregado e mal consegue pagar as contas. O que aconteceu? Como explicar? Talvez o menino tivesse se enganado em sua visão, talvez o pai nunca tivesse sido um homem de negócios de sucesso como pensara.

Há 30 anos para ser um homem de negócios bastavam ter talento, audácia, inteligência e conseguir uma oportunidade, essas eram muitas, não importava muito a sua formação, as empresas estavam dispostas a apostar em você, a te capacitar. As empresas naquele tempo precisavam das pessoas. O pai de Little Boy se estabeleceu assim naquele mercado e como tinha talento tinha futuro. Só que esse futuro chegou cheio de restrições, cheio de dificuldades, na economia do país, na educação, acabaram as oportunidades e agora você mesmo é quem tem que fazer a sua oportunidade.

Ser talentoso não é mais vantagem competitiva: "E MBA, você tem?", "Morou fora do país?", "Fala quantas línguas além do inglês, é claro?". - Com essas perguntas os profissionais de recursos humanos reduzem ao pó alguns candidatos. - "Tem quantos anos?” - Desculpe, essa vaga é para Trainees. Muitos entrevistadores e recrutadores ainda acreditam que quando se ultrapassa a faixa etária dos 40 anos, estes profissionais tornam-se desatualizados, velhos, desmotivados, isso é um grave engano.

São mais de mil portas fechadas para cada frestinha em que centenas de candidatos tentam passar de uma vez. O pai de Little Boy está fora da mesma forma que diversos profissionais que ultrapassaram essa faixa etária.

E você o que pensa? Será que projetos de lei que estipulem uma cota para as empresas contratarem profissionais acima da faixa etária dos 40 anos, não seria uma oportunidade tanto para o Governo aumentar sua arrecadação como para fazer com que a economia volte a crescer? Quantos de nós não temos em casa ou conhecemos algum profissional mal aproveitado como ele? Vamos pensar bem, todos um dia passaremos dos 40 anos.

E mais: "Será que você um dia não estará do outro lado da mesa?”.

PENSEM NISSO!

Artigo escrito e publicado em 2008, atualizado em 2016.



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